11 janeiro, 2013


Era um dia daqueles. Daqueles que a gente acha que não vai suportar, que o peito parece explodir e o mar ganhar novo nome: nossos olhos. Estava eu no meio do vendaval quando eles começaram voar ao meu redor.
Um passou bem pertinho do meu rosto, o outro, deixou um recado no meu espelho, o outro, usou da nossa tecnologia pra me contactar.
Eu sabia da existência de cada um, mas perdia muito tempo olhando pra onde não estavam. No entanto, apesar da minha total apatia diante da grandeza de todos, nada disso foi dado como veredito de condenação naquele momento, naquele dia que deles eu tanto precisei. Um a um eles foram surgindo, sem convite e sem saber que eram o socorro. Nesse dia entendi que anjos também são mágicos e têm o poder de iluminar os tesouros escancarados que possuimos e as vezes esquecemos.
Meus anjos não moram no céu, muito menos são perfeitos e imortais. Meus anjos atendem por família e amigos, que quando o chão treme sob meus pés, me pegam pelos braços e me levam para o céu, pra que eu possa ver, de lá, lá de cima que lindo castelo é esse meu. E lá daquele alto eu vejo e entendo que uma ou outra coisa pode até desabar, que as torres podem cair, que a seca pode destruir, mas que há sempre muito, muito, muuuuuuito mais do que os pequenos tremorezinhos que hora ou outra nos atingem.
Lá do céu, de onde esses anjos me levam, todo resto se torna só resto e a grandiosidade da vida, em toda sua complexidade e simplicidade se faz dádiva, independente da estampa que esteja vestida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário