30 janeiro, 2013

Sorriso é a manifestação dos lábios quando os olhos encontram o que o coração procura.

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É preciso aprender
a colocar pontos finais,
onde as vírgulas
não fazem
a menor diferença.
Paixão é uma coisa linda, não é? Sorrisos bobos pra lá e pra cá, borboletas no estômago, joelhos trêmulos… Você acorda pensando na pessoa, vai dormir pensando na pessoa, tropeça numa pedra pensando na pessoa. Rolam aqueles diálogos de livro e é tudo tão perfeito. É tudo tão equilibrado, sem brigas. Mas passa. Essa lua de mel uma hora vai embora. Com o amor, o buraco é mais embaixo. Junto com ele… Vem o medo de ser rejeitado e de perder o outro, o ciúmes de tudo e a rejeição. Tu se pergunta se não tá se apegando demais e no fundo tu acha que gosta mais, se importa mais e faz mais na relação. Uma palavra dita de um jeito errado já causa uma tempestade; E o amor… Esse fica ;)
Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo que for desnecessário. Ando cansado de bagagens pesadas. Daqui para frente apenas o que couber no bolso e no coração.
Só observo.

O relógio digital sobre o criado-mudo marcava 03:45 da manhã, mas ela ainda não havia dormido nada. Abraçou os joelhos e absorveu o som da chuva que caia ferozmente sobre o telhado. Se sentia cansada e deprimida, como se não suportasse ser ela mesma. Não sabia porquê se sentia dessa forma, mas pensar num porquê só a deixava pior.
Ela pegou o celular e colocou os fones no último volume, procurando abafar seus próprios pensamentos. (...)

Valéria Mares
Eu ia te escrever qualquer dia, eu tinha — e tenho — um monte de coisas pra te dizer, aquelas coisas que a gente cala quando está perto porque acha que as vibrações do corpo bastam, ou por medo, não sei. Mas as coisas todas, externo-interno, eram muito difíceis e escuras, eu não tinha condições de mostrar ou dar nada a ninguém que não fosse também escuro, compreende? Eu não queria, eu não quero dar trevas, dor, medo, solidão — eu quero dar e ser luz, calor, amparo (…)
Caio F.

Nos últimos dias, isto é, ontem, a tristeza começou a ceder terreno a uma espécie de — digamos — abnegação. Durmo, acordo, faço coisas, leio muito. E esse vazio que ninguém dá jeito? Você guarda no bolso, olha o céu, suspira, vai a um cinema, essas coisas. E tudo, e tudo, e tudo. 
Quero sempre o vôo mais alto, a vista mais bonita, o beijo mais doce. Tenho um coração que quase me engole, uma força que nunca me deixa e uma rebeldia que às v...ezes me cega. Tenho um jeito de viver selvagem, mas sou mansa com quem merecer. Não gosto de café morno, de conversa mole, nem de noite sem estrela. Sou bem mais feliz que triste, mas às vezes fico distante. E me perco em mim como se não houvesse começo nem fim nessa coisa de pensar e achar explicação pra vida. Explicação mesmo, eu sei: não há. E me agarro no meu sentir porque, no fundo, só meu coração sabe. E esse mesmo coração que me guia e não quer grades nem cobranças, às vezes me deixa sem rumo, com uma interrogação bem no meio da frase: O que eu quero mesmo? Por isso, eu te peço (de um jeito meio sem-vergonha, que é assim que costumo ser): se eu gostar de você, tenha a gentileza de não me deixar tão solta. Não me pergunte aonde vou, mas me peça pra voltar. Sou fácil de ler, mas não tente descobrir porque o mesmo refrão insiste em tocar tanto. Se eu gostar de você, tenha a delicadeza de também gostar de mim. E me deixe ser, assim, exatamente como eu sou. Meio gata, meio gente. Desconfiada. E independente. E adoradora de todos os luxos e lixos do mundo. Quer me prender? Nem tente. Quer me adorar?
A escolha é sua, vá em frente!

11 janeiro, 2013


Era um dia daqueles. Daqueles que a gente acha que não vai suportar, que o peito parece explodir e o mar ganhar novo nome: nossos olhos. Estava eu no meio do vendaval quando eles começaram voar ao meu redor.
Um passou bem pertinho do meu rosto, o outro, deixou um recado no meu espelho, o outro, usou da nossa tecnologia pra me contactar.
Eu sabia da existência de cada um, mas perdia muito tempo olhando pra onde não estavam. No entanto, apesar da minha total apatia diante da grandeza de todos, nada disso foi dado como veredito de condenação naquele momento, naquele dia que deles eu tanto precisei. Um a um eles foram surgindo, sem convite e sem saber que eram o socorro. Nesse dia entendi que anjos também são mágicos e têm o poder de iluminar os tesouros escancarados que possuimos e as vezes esquecemos.
Meus anjos não moram no céu, muito menos são perfeitos e imortais. Meus anjos atendem por família e amigos, que quando o chão treme sob meus pés, me pegam pelos braços e me levam para o céu, pra que eu possa ver, de lá, lá de cima que lindo castelo é esse meu. E lá daquele alto eu vejo e entendo que uma ou outra coisa pode até desabar, que as torres podem cair, que a seca pode destruir, mas que há sempre muito, muito, muuuuuuito mais do que os pequenos tremorezinhos que hora ou outra nos atingem.
Lá do céu, de onde esses anjos me levam, todo resto se torna só resto e a grandiosidade da vida, em toda sua complexidade e simplicidade se faz dádiva, independente da estampa que esteja vestida.
Eu preciso muito muito de você eu quero muito muito você aqui de vez em quando nem que seja muito de vez em quando você nem precisa trazer maçãs nem perguntar se estou melhor você não precisa trazer nada só você mesmo você nem precisa dizer alguma coisa no telefone basta ligar e eu fico ouvindo o seu silêncio juro como não peço mais que o seu silêncio do outro lado da linha ou do outro lado da porta ou do outro lado do muro.Mas eu preciso muito muito de você

Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um arco-íris da cartola. E refarço. Colo. Pinto e bordo. Porque a força de dentro é maior. Maior que todo mal que existi no mundo. Maior que todos ventos contrários. É maior porque é bem. E nisso, sim, acretido até o FIM.
Se não for hoje, um dia será. Algumas coisas, por mais impossíveis e malucas que pareçam, a gente sabe, bem no fundo, que foram feitas pra um dia dar certo. 

09 janeiro, 2013

Azar de quem não chorou ao som de uma canção de amor. Que não riu dos pássaros voando por aí. Que não se inebriou com o aroma e com as cores das flores. Azar de quem amou pouco e com esse pouco nada soube da vida.
Ele me deixa assustada. Eletrizada. Confunde totalmente meu senso de direção. No alto das árvores. No chão. Nas luzes do palco. Em seus braços. Não faço ideia de onde estou.
Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó cujo cheiro ainda conservo nas mãos.
“Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar, mas se o destino insistir em nos separar, danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas. Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos, profetas, sinopses, espelhos, conselhos, se dane o evangelho e todos os orixás. Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz, consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela, está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz, serás o meu amor, serás a minha paz.”
Chico Buarque
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça - que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca - levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário: por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.

Machado de Assis